17.5.11

O Mar, a Areia e o Cubo

Um mar extenso, iluminado pelo Sol de uma manhã calma, de céu azul e com poucas nuvens. Sua cor magnífica pode ser comparada com as mais belas pedras preciosas, tal como a água marinha ou a safira azul da África. O sentimento de bem estar e uma calmaria fora do comum é o que se sente ao contemplar sua beleza. As pequenas ondas quebram na praia acariciando sua areia - tímida e firme - de maneira carinhosa, fiel. A Areia, sua amante, não o deixa enfeiar sendo agradável aos olhos, ao tato de quem quiser apreciar, mais de perto, o seu amado.

Há uma forma cúbica compondo o cenário. Ela não destoa, não tira a harmonia do paradisíaco cenário. Muito diferente do que se possa imaginar o Cubo, translúcido em toda sua forma, complementa a cena como se fosse a própria. Como pode ser o próprio cenário? Pode-se perguntar. Ele “reflete”, com perfeição absoluta, o que suas faces conseguem captar. Mas não projeta o incômodo dos raios do Sol como se  refletidos em um espelho. Não. A forma doa os raios solares igualmente como sendo o próprio Sol.

O Cubo observa gentil o Mar e sua amada Areia. Não interfere no amor de eras. Afinal, ele sente o amor, o carinho de um pelo outro. Ele se encontra  inerte e absorto. Está acima do Mar e refaz, com perfeição, todos os movimentos sutis, ou não, de tudo que o rodeia.

Eis que começa um evento inesperado. As nuvens começam a ficar inquietas. Agito no céu. Algo não está certo. O azul turquesa do céu é tomado por tons mais escuros, sombrios. As nuvens tomam formas assustadoras, cada vez maiores e mais horripilantes. Ouvem-se estrondos, vêem-se os relâmpagos. Começa a guerra no céu! A grande guerra dos Deuses começara e o cenário, antes calmo, sofre as conseqüências da ira: o Mar sofre com a ventania, com a chuva. Suas ondas, antes gentis, tornam-se agressivas, rudes e machucam a sua amada, que também está perturbada com a guerra lá de cima.

Horas se passam nessa tempestade de raios e trovões. Até que, enfim, uma trégua. O Sol vem surgindo novamente em toda sua plenitude por entre algumas nuvens negras que teimavam em relembrar o que os impiedosos lá de cima causaram aos tão serenos atores do cenário paradisíaco. Quanta destruição! Mas...e o Cubo? O que aconteceu com ele?

Ah, o Cubo! Tão  sereno, paciente. Nem parece ter participado ou sequer estado no momento de todo transtorno. Reflete o que antes vira: aquele cenário de outrora e não essa falta de compaixão dos Deuses. Ah...o Cubo! O Mar tranqüiliza-se aos poucos, a Areia se acalma. O cenário volta a ser reconstituído aos poucos. Grão por grão. Gota a gota. O paraíso reconstruído novamente! Mas, espere! O Cubo está um pouco diferente?! Sim, está! Mais real, mais firme, mais forte do que antes daquilo. As lembranças ficarão daquela guerra tempestuosa. Disso não se tem dúvidas. Mas o Mar, a Areia e o Cubo estarão mais fortes para outra guerra, juntos!

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